Na última vez que o Estado enfrentou um grande racionamento de água, em dezembro de 2003, o nível dos reservatórios ficou abaixo de 5%. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu, na terça-feira, que o racionamento de água na capital “é uma decisão técnica que está sendo monitorada dia a dia pela Sabesp”. Por enquanto, a companhia aposta em uma campanha que dá descontos na conta para quem economizar mais de 20% de água.
Para não secar o reservatório, Francisco Lahòz, secretário executivo do Consórcio PCJ, que engloba as bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, defende a adoção de medidas de racionamento. “Fizemos uma lista com 25 recomendações [para a Sabesp], que faz desde o uso consciente de água até fazer a distribuição com caminhão pipa em caso de racionamento”, disse.
Lahòz, no entanto, se diz otimista com relação à situação do reservatório Cantareira. “Se cada uma das 14 milhões de pessoas economizar três minutos de banho, é uma melhora bem grande para o reservatório.”
Março terá chuvas
Desde dezembro de 2013, parte do sudeste vive uma situação climática excepcional, segundo meteorologistas. A formação de um bloqueio atmosférico nos últimos meses barrou a passagem das frentes frias no oceano, impedindo a formação de nuvens de chuva. O bloqueio já não existe mais, segundo o meteorologista Alexandre Nascimento, da Climatempo.
A quantidade de chuva em março, segundo ele, deve até ser acima da média para o período. Isso não significa, porém, que será suficiente para recuperar os últimos três meses de seca, já que a população continuará consumindo água.
O MP (Ministério Público) também se preocupa com a questão. Segundo a promotora Alexandra Facciolli, do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Meio Ambiente), a Promotoria já havia pedido para que a capital poupasse água do Sistema Cantareira.
Atualmente, entram por dia 10 metros cúbicos de água e saem 32 metros cúbicos – 28 para a Grande São Paulo e 4 para a Região Metropolitana de Campinas. “A situação é gravíssima. Precisamos reduzir o consumo para garantir a segurança do abastecimento das duas regiões”, afirma a Alexandra.
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Fonte:Uol
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